5 Prodígios da Copinha que não Vingaram no Profissional



A Copa São Paulo de Futebol Júnior, tradicional torneio de base do futebol brasileiro, é reconhecida por revelar talentos que futuramente brilham nos gramados profissionais. No entanto, o caminho da transição entre base e profissional nem sempre é repleto de glórias. Muitos jovens encantam na Copinha, recebem comparações ousadas com grandes astros, mas não conseguem manter o mesmo rendimento entre os adultos.

A seguir, você confere a trajetória de cinco jogadores que foram destaques na Copinha, tratados como futuras estrelas, mas que não alcançaram o sucesso esperado no futebol profissional.

Foto: Agência Paulistão



Thiago Luiz: do “novo Messi” ao anonimato esportivo

No ano de 2008, o Santos apresentou ao Brasil um jovem atacante que parecia ser o próximo grande nome do futebol: Thiago Luiz. Com velocidade, técnica e faro de gol, ele foi o artilheiro da Copinha daquele ano, o que lhe rendeu elogios da imprensa e até comparações com Lionel Messi em jornais espanhóis. Na época, chegou a ser citado como alvo do Real Madrid.

Apesar de todo o alarde, Thiago Luiz não conseguiu repetir o desempenho no time principal. Após passagens apagadas por clubes como Bragantino e Chapecoense, ele foi perdendo espaço no cenário nacional. Em 2024, se aposentou do futebol aos 35 anos. Atualmente, atua como empresário rural, tem uma escolinha de futebol e disputa torneios de futevôlei, longe dos holofotes que um dia o cercaram.

Foto: Divulgação



Neilton: a esperança que seguiu os passos de Neymar… só na aparência

Quem acompanhou a Copinha de 2013 dificilmente se esquece de Neilton, atacante que liderou o Santos na conquista daquele ano com um estilo de jogo ousado e veloz. Ele era comparado a Neymar, tanto pela aparência quanto pela habilidade dentro de campo. Fez um hat-trick na semifinal contra o Palmeiras e marcou na final contra o Goiás.

Contudo, a carreira de Neilton não deslanchou como se imaginava. Problemas contratuais o afastaram do Santos logo após subir ao profissional, e ele passou por diversos clubes como Cruzeiro, São Paulo, Botafogo, Internacional e até fora do país. Hoje, aos 30 anos, veste a camisa do Água Santa, clube que o revelou antes mesmo do Santos, algo inimaginável para quem via nele o sucessor de Neymar.

Foto: Divulgação/Santos Fc



Lucas Otávio: o volante técnico que parou cedo por esgotamento mental

O ano de 2014 trouxe à tona outro talento do Santos: Lucas Otávio. Com apenas 1,64m, o volante compensava a baixa estatura com uma técnica refinada e inteligência tática. Na Copinha, foi eleito o melhor jogador da competição, levando o Santos ao título em cima do rival Corinthians. A expectativa era de que ele se tornasse peça-chave no meio de campo santista.

Porém, o talento da base não se traduziu em boas atuações no profissional. Emprestado a clubes como Paraná e Avaí, Lucas Otávio não se firmou. Em 2019, com apenas 25 anos, anunciou sua aposentadoria do futebol alegando desgaste emocional. Hoje, ele está nos bastidores do esporte: é empresário e agente de jogadores, com nomes como Paulo Henrique Ganso e Murillo (Nottingham Forest) sob sua gestão.

Foto: Pedro Ernesto Guerra Azevedo/Santos FC



Adryan: o “novo Zico” que se perdeu entre empréstimos e expectativas

Em 2011, a Copinha revelou no Flamengo um meia que seria tratado como herdeiro de um dos maiores ídolos da história do clube: Adryan, o camisa 10 do título rubro-negro. Sua habilidade e visão de jogo o colocaram sob os holofotes, e muitos já o apontavam como o “novo Zico”. A pressão foi imediata, e a torcida esperava grandes feitos no time principal.

Mas, ao chegar ao profissional, Adryan não correspondeu ao que se esperava. Jogou pouco no Flamengo e foi emprestado a diversos clubes internacionais: Cagliari, Leeds, Nantes, Sion, entre outros. Sem conseguir se firmar, voltou ao futebol carioca e, aos 30 anos, defende a Portuguesa-RJ no Campeonato Estadual. Um talento promissor que nunca se consolidou.

Foto: Getty Images



Felipe Vizeu: da Copinha à Série B, sem cumprir o que prometeram

O centroavante Felipe Vizeu brilhou na edição de 2016 da Copinha, atuando pelo Flamengo. Foi vice-artilheiro da competição, campeão contra o Corinthians e ainda eleito melhor jogador do torneio. Seu desempenho o levou rapidamente ao time principal, onde também teve um bom início, chegando a disputar a final da Sul-Americana de 2017.

Contudo, a ida para a Udinese, da Itália, mudou sua trajetória. Na Europa, Vizeu não conseguiu espaço e começou a ser emprestado frequentemente. Passou por Grêmio, Ceará, Akhmat Grozny (Rússia) e, mais recentemente, jogou a Série A pelo Criciúma, que acabou sendo rebaixado. Em 2025, aos 27 anos, o atacante está no Remo do Pará, tentando retomar parte da projeção que teve na base.

Foto: Gilvan de Souza/Flamengo



O peso da expectativa: talento não basta

Esses cinco nomes representam um fenômeno comum no futebol brasileiro: jovens que brilham cedo e recebem rótulos pesados, como “novo Messi”, “novo Neymar” ou “novo Zico”. No entanto, a transição da base para o profissional exige mais do que talento. Envolve estrutura emocional, boas escolhas, suporte externo e uma pitada de sorte.

Embora alguns ainda sigam atuando profissionalmente, nenhum deles atingiu o patamar que a Copinha prometia. Isso mostra que o caminho do futebol é cheio de armadilhas, e que a euforia precoce pode ser um obstáculo tão grande quanto a falta de oportunidades. Para os torcedores e clubes, fica a lição: é preciso investir com cautela e planejamento nos talentos em formação. Curte Curiosidades como esta? Leia: 5 Jogadores que Disseram “Não” à Seleção.

Derek

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