5 Jogadores que Disseram “Não” à Seleção
Adrien Rabiot: Orgulho Acima da Camisa Azul
Pouco antes da Copa do Mundo de 2018, a França montava seu elenco rumo ao bicampeonato mundial. Adrien Rabiot, então meio-campista do PSG, esperava estar entre os convocados de Didier Deschamps. No entanto, ao ser colocado apenas na lista de suplentes – aqueles jogadores que ficam de prontidão caso alguém se machuque – o francês teve uma reação completamente inesperada.
Rabiot não apenas se recusou a realizar o cronograma de treinos obrigatório para os suplentes, como também enviou uma carta formal à Federação Francesa rejeitando sua condição. Segundo ele, a decisão de Deschamps “não condiz com qualquer lógica esportiva”. Essa atitude causou incômodo até no presidente da federação. Mesmo com a França vencendo a Copa, Rabiot ficou de fora — e afastado da seleção por alguns anos. Somente em 2020 ele foi reintegrado, sendo titular na campanha do vice-campeonato em 2022.

Johan Cruyff: A Copa Não Vale Mais que a Família
Com apenas 31 anos, Johan Cruyff estava em plena forma para disputar a Copa de 1978. A seleção da Holanda ainda vivia o encanto da “Laranja Mecânica” de 1974, e sua presença era tida como essencial. Por isso, a recusa em disputar o Mundial na Argentina pegou todos de surpresa.
Por décadas, muitos acreditaram que sua decisão se devia a um boicote à ditadura militar argentina. Mas Cruyff esclareceu tudo em 2008, revelando que ele e sua família haviam sido vítimas de um sequestro. “A polícia dormiu em nossa casa por três ou quatro meses. Meus filhos iam para a escola escoltados”, contou. O trauma foi tão grande que ele decidiu se afastar da seleção — e nunca mais vestiu a camisa laranja.

Bernd Schuster: Entre o Nascimento do Filho e a Seleção
Bernd Schuster foi um dos grandes talentos da Alemanha nos anos 1980. Com passagem de destaque pelo Barcelona, ajudou a Alemanha a vencer a Eurocopa de 1980. Contudo, sua relação com a seleção ficou marcada por atritos com a federação, que começaram a partir de um episódio envolvendo um amistoso contra o Brasil.
Na ocasião, o Barcelona se recusou a liberá-lo para o amistoso. Schuster, ainda assim, fugiu do clube para se apresentar à seleção. Esperava reconhecimento, mas foi duramente criticado. Em 1984, a gota d’água: recusou-se a enfrentar a Albânia porque queria acompanhar o nascimento do seu filho. Apesar do motivo nobre, foi massacrado pela imprensa alemã e pela própria federação. Indignado, abandonou a seleção para sempre. Um talento desperdiçado pela falta de compreensão dos dirigentes.

Ben White: Da Desilusão ao Pedido Formal de Desconvocação
Destaque no Arsenal, Ben White despontou como promessa no futebol inglês, principalmente atuando como lateral-direito. Convocado para a Euro 2020 e a Copa de 2022, o defensor esperava ter mais chances. Mas mesmo presente nos torneios, mal entrou em campo.
Na Copa do Catar, ele sequer foi utilizado nas duas primeiras partidas. Insatisfeito, deixou o grupo inglês alegando “motivos pessoais”. Informações de bastidores indicam que teria discutido com um assistente de Gareth Southgate. Mais tarde, por meio do dirigente brasileiro Edu Gaspar, Ben White formalizou seu desejo de não ser mais convocado. Agora, com a saída de Southgate e a chegada de um novo treinador, o jogador já admite voltar à seleção. A ver se esse novo ciclo será diferente.

Mário Fernandes: Do Brasil à Copa Pela Rússia
Mário Fernandes é um dos casos mais emblemáticos de mudança de bandeira no futebol. Naturalizado russo após anos de destaque no CSKA Moscou, ele até teve sua chance na seleção brasileira — mas recusou. Em 2011, foi convocado para o Superclássico das Américas, mas ao ficar no banco no primeiro jogo, abandonou a concentração e recusou participar da segunda partida.
Naturalmente, isso pegou mal e ele nunca mais foi chamado. Com tempo, Mário se naturalizou russo e passou a integrar a seleção da Rússia. Em 2018, jogou a Copa do Mundo como titular pela nova nação. Apesar de não ter feito uma carreira de topo, teve seu momento de protagonismo vestindo outra camisa. Trocar o Brasil pela Rússia é algo raro, mas no caso de Mário Fernandes, foi o caminho encontrado para disputar um Mundial.

Esses cinco casos mostram como vestir a camisa de uma seleção pode não ser o sonho de todo jogador. Às vezes, questões pessoais, traumas, orgulho ou valores familiares falam mais alto. E, mesmo em ano de Copa, alguns escolhem dizer “não” ao chamado mais simbólico do futebol. Curte curiosidades como essa? Leia: Brasileiros naturalizados em 2025: conheça 5 atletas que escolheram defender outras seleções.